Se a “cultura” é um bem imaterial, o que fazer com o desperdício de materiais na criação de cenários? Decidimos investigar como libertar a criação artística da aquisição de bens perenes para uma atividade de carácter temporário, procurando a significação do tempo em que as coisas úteis se tornam inúteis.
Com O PALÁCIO partimos de uma ação de angariação e redistribuição de bens para converter o teatro num espaço de armazenamento temporário – um depósito – e o espetáculo no usufruto desse momento em que as coisas já não são necessárias e ainda não foram reencaminhadas para poderem voltar a ter utilidade.
Apesar de oferecermos ao público um espaço atulhado de bens acumulados em casas como sinais de sedentarismo, o espetáculo visa conduzi-lo à errância, convidando-o a vaguear ou a escolher onde descansar. A atenção do público irá, qual respigador em férteis bosques, oscilar entre o detalhe e a paisagem. Tal como quando precisamos de abrir um pacote de bolachas para as comermos uma a uma e depois olhamos esse mar onde o pacote há de ir parar um dia.
conceção e direção Paula Diogo e Lígia Soares criação Paula Diogo, Lígia Soares, Crista Alfaiate e Diogo Alvim interpretação Paula Diogo, Lígia Soares e Crista Alfaiate música e sonoplastia Diogo Alvim desenho de luz Rui Monteiro assistência desenho de luz Teresa Antunes cenografia Fernando Ribeiro e Saulo Santos pesquisa jurídica e acompanhamento ONGDs André Studer fotografias João Tuna e Vera Marmelo direção de produção Daniela Ribeiro produção Má-Criação coprodução Teatro do Bairro Alto residência de coprodução O Espaço do Tempo, 23 Milhas e Alkantara
apoio financeiro GDA – Gestão dos Direitos dos Artistas apoio não-financeiro Câmara Municipal de Lisboa parceiros AMI – Centros Porta Amiga, APF – Associação para o Planeamento da Família, AMU – Acção para um Mundo Unido, Associação ILGA Portugal – Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual, Trans e Intersexo, Associação Helpo, EAPN Portugal – Rede Europeia Anti-Pobreza, Casa do Gaiato, Centro Social Paroquial do Pragal, Cretcheu, Pastoral dos Ciganos, Rosto Solidário, SOPRO – Solidariedade e Promoção, WACT – we are changing together
A Má-Criação é uma estrutura apoiada pela CML e acolhida pelo Alkantara.
Paula Diogo é uma artista apoiada pela apap – FEMINIST FUTURES – projeto co-financiado pelo Programa Europa Criativa da União Europeia.
ESTREIA
TBA Teatro do Bairro Alto, Lisboa PT, Setembro 2022