Se, de alguma forma, o material procura transmitir parte da experiência dos mineiros isolados na caverna, parece justo afirmar que, nesse movimento, a obra também arquiteta um conteúdo capaz de fazer a própria plateia perceber o lugar dos criativos e das criativas, necessitando dar conta da experiência de criação de uma obra cujos vetores se mostram escuros, quase invisíveis (…)
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O desenho de luz é espetacular, com seus cortes múltiplos, enviesados e precisos. E há a música, que é como a ânima, a alma do espetáculo. Além de ter papel importante na narrativa, talvez seja o elemento que melhor aponta a vocação laboratorial do projeto. Em resumo, no conjunto é um trabalho de grande efeito cênico. (…)
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As palavras parecem soterradas, assim como os corpos confinados na escuridão. Elas emergem do silêncio, impregnadas de significados densos, como se precisassem ser escavadas para serem compreendidas. O espetáculo se desenrola em um espaço onde a fala não é apenas uma ferramenta de comunicação, mas um elemento visceral, soterrado sob camadas de emoção e contexto. (…)
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Como vai ser ver o mar de novo, pela primeira vez? Mergulhar no mar, não nesta piscina de pedra, mas no mar que parece que não acaba mais? Como vai ser ver o céu estrelado à noite outra vez, pela primeira vez? Como vai ser acordar pela primeira vez fora do buraco? Vamos sentir alívio, pavor, tristeza, prazer, angústia, paz? Fazer sexo de novo pela primeira vez? (…)
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Este longo e árduo percurso começou há 15 anos, quando um grupo de brasileiros se juntou a um grupo de portugueses para criar três espetáculos em três semanas, num verão particularmente quente de Lisboa. Quando chegámos, fechámo-nos todos numa pequena sala de ensaios, olhámos uns para os outros e perguntámos: “E agora?” (…)
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Renato Linhares desliza para Montemor-o-Velho, para preparar a estreia desta conversa coreográfica sobre patins, tomada de fúria, empurrões, afogamentos, sopros, ou todo e qualquer impulso necessário para entrar na casa da infância, no túnel da minhoca, nos passos de uma lesma, na dureza de uma queda (…)
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Hoje de manhã eu estava mexendo numas caixas entulhadas em cima do armário e encontrei uma porrada de fotografias antigas. Numa delas eu estou com uma medalha de ouro pendurada no pescoço, vestindo um fraque cor de rosa choque e uma calça de lycra branca. Fui campeão brasileiro de patinação artística em 1995, aos quatorze anos. Mas o que me assaltou a memória não foi essa competição (…)
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A performance tem viajado por lugares tão diferentes como Amiens em França, Medellín na Colômbia, Kortrijk na Bélgica, Berlin na Alemanha, Punta Arenas na Patagónia Chilena e Vila do Conde, uma pequena vila piscatória no norte de Portugal. Agora, esta enorme tapeçaria sonora que atravessa geografias, chega finalmente ao Rio de Janeiro (…)
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Em BOLA DE FOGO, o artista Fábio Osório Monteiro aborda temas como ancestralidade, afetividade e questões ligadas ao corpo negro, enquanto prepara a massa do acarajé, frita o bolinho e o compartilha, perpetuando um ofício ancestral. Devidamente trajado de baiana, Fábio Osório monta o tabuleiro, bate a massa, frita os bolinhos, enquanto desenvolve uma narrativa que atravessa os mitos e itãs de matrizes africanas (…)
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Maré, um mundo inteiro para descobrir e parto com a sensação de ter estado apenas à porta. O telefone ficou a maior parte do tempo no bolso e os olhos têm um chip de memória que não dá para partilhar. Mas vão cheios de Rio, de Maré, de Santa Teresa e de tantas caras que quero voltar a ver em breve. (…)
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